domingo, 15 de março de 2009

Igreja de S. Salvador de Cabeça Santa

A Igreja do Salvador da Gândara (como foi conhecida durante muito tempo) foi fundada pela rainha Santa Mafalda (filha de D. Sancho I), durante o segundo quartel do século XIII, e é, segundo alguns especialistas, uma cópia modesta da igreja de Cedofeita, no Porto, com a qual possui vários pontos de contacto, nomeadamente ao nível da decoração.
Os mesmos artistas deverão ter trabalhado nos dois monumentos, a avaliar pela representação de dois estilizados dragões de corpo de ave, que inclinam o pescoço para morder outros seres dispostos em posição inferior, localizado num dos capitéis do portal lateral sul, idêntico a outro existente no portal principal de Cedofeita.
Esta situação de itinerância dos artistas do Românico é habitual nesta época, perfeitamente contextualizável com a realidade histórico-geográfica da região do Vale do Sousa.
No mesmo portal sul de Cabeça Santa existe um capitel representando um acrobata de corpo arqueado, formando uma espécie de ponte, que tem sido considerado um dos melhores exemplares da escultura do Românico do Norte.
O interesse de Cabeça Santa não se resume à arte românica mas à génese do seu próprio nome. Em data incerta, uma igreja dedicada ao Salvador passa a ser conhecida como de Cabeça Santa, muito provavelmente devido à existência de uma imagem de grande devoção.
Nas Inquirições de 1258 a Igreja é referida sob a designação de São Salvador da Gândara, denominação que irá manter até ao século XVII, quando começa a surgir também intitulada de Cabeça Santa, em referência a um crânio guardado em relicário de prata e exposto em altar próprio, situado na nave da Igreja.
Nas traseiras do templo existe um conjunto de sepulturas antropomórficas escavas na rocha muito bem preservado, cuja datação é anterior à Igreja do século XIII, indiciando uma ocupação em plena Alta Idade Média.
Da época Moderna apenas resta a Capela de Nossa Senhora do Rosário, espaço quadrangular existente a norte, revestido por talha e azulejos barrocos.
Fonte: IPPAR
Coordenadas Geográficas: Lat: 41° 7' 55.394" N / Long: 8° 16' 48.143" O

Igreja de S. Salvador de Cabeça Santa











Igreja de S. Salvador de Cabeça Santa











Igreja de S. Salvador de Cabeça Santa











Igreja de S. Gens de Boelhe

Implantada junto à igreja paroquial, a igreja de São Gens de Boelhe é uma construção de época românica que remonta ao século XIII. De planta longitudinal, desenvolve-se em nave única articulada com capela-mor, mais baixa, através de arco triunfal de volta perfeita. A fachada principal caracteriza-se pelo portal em arco apontado, de três arquivoltas com quadrifólios, que assentam sobre impostas, e colunas com bases em forma de bolbo e capitéis decorados. Sobre o pórtico, abre-se uma fresta e à direita, sobre a empena, a sineira. Os volumes exteriores, percorridos por cachorrada (de motivos variados), reflectem o espaço interno, com a capela-mor mais baixa de forma a permitir a existência de um óculo de iluminação na parede fundeira da nave, sobre o arco triunfal. Em ambos os alçados laterais o pano da nave é aberto por portas sobrepujadas por frestas. No interior, impera a depuração, apenas havendo a assinalar o arco triunfal, com impostas salientes.
Fonte:IPPAR
Coordenadas Geográficas: Lat: 41° 8' 5.85" N / Long: 8° 14' 33.41" O

Igreja de S. Gens de Boelhe







Igreja de S. Gens de Boelhe











Igreja de S. Gens de Boelhe











domingo, 8 de março de 2009

Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios - Penafiel

A região assume uma elevada importância estratégia durante a Reconquista Cristã de D. Afonso III das Astúrias. A Igreja de São Miguel ergue-se de um pequeno planalto, ilustrando a importância estratégica do local onde foi erigido este monumento românico tardio.
O domínio sobre o rio Douro constituiu, desde a proto-história, uma característica que fez de Entre-os-Rios um local privilegiado para implantação de habitações. Vestígios de uma muralha de um castro e registos da descoberta de cerâmica romana tardia são provas da ocupação do território.
A primeira vez que a Igreja de S. Miguel é referenciada em documentos é no Livro de Testamentos de Paço de Sousa, datado de 1095, no qual é referida uma doação de parte da Igreja ao Mosteiro. Outro documento, de 1120, dá notícia de uma nova doação de parte da Igreja ao Mosteiro.
A arquitectura românica tardia que exibe situa a sua construção após o século XIV, ou seja, o edifício original terá sofrido profundas remodelações ao longo do tempo.
Os especialistas consideram que, quando o edifício foi erigido, há muito o centro decisório regional havia deixado Eja, facto explicado pela modéstia da construção: templo de nave única e capela-mor quadrangular mais baixa e estreita que o corpo; alçados escassamente fenestrados e destituídos de pormenores decorativos relevantes; fachada principal de escassa volumetria, rasgada por portal de arco apontado a que se sobrepõe pequena fresta; arco triunfal igualmente apontado, decorado sumariamente com motivos geométricos e vegetalistas.
A Baixa Idade Média e a Modernidade deixaram poucas marcas na Igreja, o que não sucedeu na época Barroca, durante a qual foi renovado o altar, com colocação de talha dourada, de estilo nacional, seccionado por três arcos de volta perfeita.
No século seguinte, as obras de actualização estética continuaram, edificando-se o coro-alto e introduzindo-se os retábulos laterais.
Fonte: Rota do Românico do Vale do Sousa
Coordenadas Geográficas: Lat: 41° 5' 0.12" N / Long: 8° 17' 57.94" O

Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios - Penafiel











Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios - Penafiel











sexta-feira, 6 de março de 2009

Igreja de S. Vicente de Sousa - Felgueiras

Situado a Norte da região do Vale do Sousa, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Felgueiras destaca-se, não apenas pela beleza natural das suas paisagens, como pela centralidade geográfica que assume e que justificou o lançamento, ao tempo do domínio romano, de várias vias que ligavam importantes localidades da Península Ibérica, de entre as quais a que ia de Bracara Augusta (Braga) a Aqua Flaviae (Chaves), passando por Ciada/Caladuno, posteriormente reutilizadas nos tempos medievos, numa comprovação da sua valência.
Embora mais conhecido por edifícios de monumentalidade semelhante ao do Mosteiro de Pombeiro, o termo de Felgueiras possui exemplares arquitectónicos distintivos de várias épocas e estilos, numa evidência da sua relevância ao longo dos tempos e, em especial, durante a construção da nacionalidade, a par de testemunhos de uma vivência anterior, como no caso da ” Igreja de São Vicente de Sousa “, erguida numa meia encosta num pequeno adro delimitado por muro granítico.
Consagrado em 1214, o templo apresenta planta simples com corpo composto de nave única separada da capela-mor por grande arco triunfal com retábulo de talha dourada e tecto de caixotões pintados, como de madeira policromada é a cobertura da restante igreja, onde se erguem dois outros retábulos, maioritariamente resultantes das intervenções seiscentistas e barrocas de setecentos.
Exteriormente, a igreja apresenta torre sineira adossada à fachada lateral, correspondente à capela-mor, culminando em empena o alçado principal com pórtico de quatro arquivoltas perfeitas assentes em colunas com bases e capitéis profusamente decorados com motivos geométricos e fitomórficos, ostentando o tímpano Cruz de Malta esculpida, sobrepujado por rosácea formada por círculos polilobados..
Fonte: IPPAR

Igreja de S. Vicente de Sousa - Felgueiras











segunda-feira, 2 de março de 2009

Igreja de Guadalupe - Vila Real

A Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe está situada na aldeia de Ponte freguesia de Mouçós, concelho de Vila Real, Distrito de Vila Real. De estilo gótico, foi edificada durante o século XV, por iniciativa de D. Pedro de Castro, abade de Mouçós. Esta igreja, dos finais da Idade Média, é constituída por uma única nave, mais elevada do que a capela de forma rectangular. Apresenta alguns modilhões que suportam a linha do telhado, assim como um óculo na fachada principal.
De destacar na parede do fundo da capela, a pintura mural datada de 1529, representando a Árvore de Jessé, assim como uma inigmática iscrição "AM . DRA".
No interior, podemos ainda ver, duas pedras tumulares, dos séculos XVI e XVII, que contêm os restos mortais de Álvaro Lopes e de Senha de Martin Vaz Sampaio, assim como o tecto em madeira, de tipo mudéjar. Em 1988 o telhado desta igreja de estilo tardio-romântico ruíu, tendo sofrido obras de reconstrução em 1992 e 1996. Existe, ainda na fachada virada a Este da capela, um brasão. Foi classificada pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público (Decreto - 8/83, DR 19, de 24-01-1983). A titulo de curiosidade e como não se encontram a mais de 500 metros desta igreja (direcção nordeste - quem desce da igreja em direção ao rio corgo), gostava de referir aqui as grutas pré-históricas abandonadas e não estudadas, que tanto nos podiam contar sobre os "primitivos" habitantes destas terras.

Igreja de Guadalupe - Vila Real






















domingo, 1 de março de 2009

Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela - Felgueiras

A construção primitiva do Mosteiro de Pombeiro desenrolou-se entre 1059 e 1102, de acordo com um projecto característico do período condal. No século XII o cenóbio foi ampliado e a igreja modificada para obedecer às directrizes do Românico beneditino (três naves de quatro tramos e cabeceira tripartida). Juntamente com as Sés Catedrais e alguns outros templos, a Igreja românica do Mosteiro de Pombeiro foi das poucas em Portugal a obedecer ao plano de três naves, o que revela a importância desta casa no contexto medieval do país. Com o tempo, Pombeiro tornou-se cabeça das terras de Sousa, chegando a ter sob seu padroado 37 paróquias. Infelizmente, desse período românico apenas restam os dois absidíolos e o portal principal, de quatro arquivoltas. Dos tempos medievais subsistem, ainda, dois túmulos góticos de nobres que escolheram esta casa como local de enterramento, o que prova igualmente a vitalidade do Mosteiro nesta época.
No século XVI realizaram-se obras pontuais, mas a grande campanha da Idade Moderna aconteceu durante a Dinastia Filipina. O exterior recebeu duas novas torres, acentuando o seu carácter basilical. De um modo geral, este projecto maneirista é o testemunho da importação para o interior do Minho -, e para o interior de um vale profundo e fértil - de uma arquitectura classicizante de inspiração madrilena. Com o século XVIII surgem grandes transformações no espaço conventual e no interior da igreja. As obras foram iniciadas em 1725 e durante todo esse século o Mosteiro não cessou de ser engrandecido. Entre 1770 e 1773 foram concebidos diversos altares para o interior da igreja e, logo no início do século XIX, remodelou-se o claustro, numa solução neo-clássica sem paralelo nos espaços monásticos do norte do país.
Extintas as Ordens Religiosas em 1834, o Mosteiro foi pilhado e alienado, tendo uma parte significativa das suas pedras e silhares sido aproveitada para outras obras da região. Na década de 50 do século XX uma intervenção pontual impediu o edifício de ruir. Com a aquisição de antigos espaços conventuais que ainda se encontravam na posse de privados, deu-se início ao Programa de recuperação e valorização do Mosteiro de Pombeiro, uma intervenção global que permitirá devolver ao monumento a sua dignidade perdida.
Fonte: IPPAR

Mosteiro de Pombeiro - Felgueiras











Mosteiro de Pombeiro - Felgueiras